O Cursilho é originário da Espanha e teve como mentores a Juventude da Ação Católica (JACE), nas décadas de 1930-1940, em Palma, Diocese de Maiorca (Ilha de Maiorca), com apoio de padres e do bispo D. Juan Hervás.

Etimologicamente a palavra significa pequeno curso. Na época dizia respeito à preparação à peregrinação aos santuários nacionais, principalmente a Santiago de Compostella. Marcado por essa origem, o MCC mantém até hoje algumas palavras, expressões típicas como: “ultréia” – ir mais adiante, caminhar mais além com entusiasmo; e “guia do peregrino” – pequeno livro de orações.

O MCC tem método próprio de evangelização, conversão e motivação: a GRAÇA. O método surgiu da vivência, testemunho, simplicidade, honestidade e transparência dos envolvidos na arte de tocar os participantes no mais íntimo de seu ser.
O projeto JACE expandiu-se por todas as dioceses da Espanha sob coordenação do bispo D. Hervás que apoiava efetivamente o projeto com orientação pastoral, defendendo-o das acusações dos adversários tanto no seio da própria Ação Católica como até da hierarquia eclesiástica.

Houve um momento em que os cursilhos se tornaram suspeitos, seu coordenador transferido, as iniciativas paralisadas pelo sucessor Monsenhor Enciso Viana e os mentores da obra reduzidos ao silêncio. Em 1953, na 15ª Assembléia Geral da JACE, reviu-se a estrutura e as dificuldades internas existentes. D. Hervás denominou o movimento de Cursilhos da Cristandade, por ser sinal de contradição de muitos, a exemplo do que Jesus viveu em sua época.
O termo cristandade intuía trazer de volta os de costas para Deus pela ação de uma cristandade nos moldes das pequenas comunidades primitivas. Para isso era necessário escolher nos ambientes pessoas de difícil aceitação das coisas de Deus e convencê-las nos cursilhos da necessidade de se voltarem novamente a sua origem, conquistando-as para Cristo.

No Brasil o primeiro cursilho ocorreu na Semana Santa de 1962, em Valinhos (SP) por iniciativa de alguns sacerdotes e leigos da Missão Católica Espanhola, momento em que o clima pastoral de toda Igreja era de renovação e de grande esperança, pois coincidiu com a implantação do Plano de Pastoral de Emergência (PPE), sugerido pelo Papa João XXIII ao episcopado brasileiro. Posteriormente, (4 anos depois), o PPE foi substituído pelo Plano de Pastoral de Conjunto.
Neste contexto, o MCC encontrou terreno para sua expansão, porém não buscou um claro e eficiente entrosamento nem diálogo em profundidade que pudesse marcar sua identidade e suas funções no contexto nacional. Disso, até hoje, ele se ressente.
Por outro lado, deve-se louvar a Deus por tudo o que Ele permite que aconteça nos cursilhos. Sabe-se que milhares de pessoas reencontraram o caminho do coração do Pai, reacenderam o ânimo de viver em plenitude, tornaram-se lideranças no seio da Igreja e se colocaram a serviço da Nova Evangelização.

A partir do Documento de Puebla e Santo Domingo, houve uma revisão do MCC em termos de pré cursilho, de cursilho e, sobretudo de pós cursilho, visando adaptação e mobilização dos responsáveis do Movimento em todos os seus níveis, uma vez que as lideranças têm consciência de que são enviadas para evangelizar e realizar o sonho de Deus no aqui e agora.