Os(as) animadores(as) dos Grupos de reflexão de Família tem como modelo de motivação a pessoa de Jesus. Eles(elas) prestam serviço a comunidade gratuitamente. São presença, testemunho e ajudam a pessoa a se aproximar de Deus, estar em sintonia com a comunidade e a falar com o coração.

Jesus, em seu tempo, reunia pessoas de diferentes segmentos da sociedade e amava a todos sem distinção. Quem ama precisa ter paciência e desejo de que o tempo se encarregará do destino do grupo caminhante.
A exemplo de Jesus, os(as) coordenadores(as) necessitam dispor de suas ações de tal modo que tudo emirja certo no tempo certo.

No trabalho espiritual, ser coordenador(a) não é ser chefe nem absorver tudo sozinho(a), mas é antes de tudo a arte de saber conduzir o povo a participação e a vida da comunidade. Além disso compete:

1. incentivar a partilha com o próximo;
2. distribuir os serviços comunitários, em especial nos eventos e programações paroquiais;
3. ajudar a cada um assumir o seu trabalho, conforme a capacidade e dons para os quais se sentir habilitado;
4.    estar atento às necessidades da Igreja para que tudo funcione muito bem;
Para dinamizar e melhorar o funcionamento dos grupos de família recomenda-se:
1. formar pequenos grupos. O número ideal de participantes é de 12 a 16 pessoas;
2. valorizar os jovens e crianças, atribuindo-lhes tarefas e responsabilidades;
3. valorizar os membros novos, apresentando-os ao grupo no intuito de que se sintam acolhidos e amados por todos os participantes;
4.  valorizar a palavra: a bíblia deve ser o centro do grupo e todos os membros devem participar do encontro de reflexão com o livro de subsídios fornecido pela Diocese, distribuído pela coordenadora, para ler, rezar e refletir sobre as temáticas apresentadas, que contemplam “a realidade pastoral da Diocese de Toledo, com o objetivo de promover e facilitar os encontros das famílias nos seus grupos e das pastorais e movimentos que se reúnem para momentos de espiritualidade nas suas atividades” (ENCONTROS E CELEBRAÇÕES, p. 4, 2006).
5. incentivar a reflexão, oração e ação (compromisso com as necessidades paroquiais);
6. trazer para o grupo as questões da comunidade para conversar sobre elas e tomar decisões em benefício da coletividade;
7. avaliar os encontros para melhorar a qualidade da Ação Evangelizadora;
8. manter o grupo unido e articulado para dar continuidade aos encontros durante o ano.

Ações comunitárias da pastoral

A Pastoral dos Grupos de Família iniciou, na paróquia, em 1980, quando houve as missões populares pregadas pelos padres redentoristas, momento em que era Pároco o padre Odilo Rochembach.
No período pós-missões atendendo a um pedido dos missionários, o Pároco apoiou a formação dos Grupos de Família com apoio dos casais Aurélio e Lúcia Malacarne, Zélia e Orlando Krüger.

A pastoral iniciou com sete grupos e hoje tem aproximadamente cento e setenta. Desde a fundação em 1982 até 2006 esteve sob a coordenação dae Lúcia e Aurélio malacarne.
Em 2007, houve remanejamento das lideranças e a coordenadora atual é a Janete Reis. Ela e a Lúcia Malacarne, além do trabalho pastoral que lhes é inerente, são responsáveis pela mobilização das famílias nos trabalhos do setor de cozinha da Paróquia quando há promoções e, principalmente, em torno das candidatas à rainha da Festa de São Cristóvão, fato marcante e tradicional no evento magno do bairro (MALACARNE, 2006).

Até 1976, eram adolescentes e moças que concorriam ao título de rainha. Esse concurso não valorizava a beleza física ou a apresentação pessoal da candidata, mas sim o número de votos vendidos, provenientes de contribuições espontâneas dos colaboradores. 
Em 1977, as candidatas passaram a ser menina, estudante das séries iniciais do Ensino Fundamental, como forma de envolver a família e a comunidade em torno da candidata do setor, mas geralmente a responsabilidade pesava sobre os pais.

Depois de escolhidas as meninas concorrentes, iniciava a peregrinação destas no comércio da cidade. De certa forma o trabalho tornava-se cansativo e infrutífero, por não se fazer um cronograma de visitação e qual delas visitariam determinados estabelecimentos, sem contar que muitas vezes se tornava tarefa de mãe e filha.
Havia outro detalhe que começou a saturar as pessoas que colaboravam com estas meninas; compravam votos sem direito a nenhum prêmio. Por sugestão das famílias envolvidas nas edições subseqüentes, optou-se pela inserção de prêmios como forma de incentivar as pessoas que viessem a colaborar.
O setor de candidatas à rainha em consonância com a Pastoral dos Grupos de Família esteve, por longo tempo, coordenado pela empresária Salete Sartori, receptiva às inovações apresentadas, tanto que em determinado período as meninas sequer recebiam presentes pelo trabalho realizado, mas por sugestão das famílias envolvidas, elas começaram a ser presenteadas com pequenos mimos próprios de crianças. 

Em 2004, o casal deixou a coordenação do setor, passando-a ao casal Tânia e Reni Barrichello, os quais atuam, dando continuidade às atividades exercidas pelos seus antecessores e incrementando outras por sugestão da comunidade (SARTORI, 2006)
No ano de 1998, por sugestão de Clarice Richetti, habilidosa na arte de cozinhar, inovou-se a forma de divulgar a festa e angariar fundos em favor das candidatas. Decidiu-se fazer promoções. A que inaugurou esta nova estratégia foi a realização de uma feijoada baiana, momento em que se venderam fichas aos consumidores e os mesmos retiraram o alimento na cozinha da paróquia para saboreá-lo em casa.
O sucesso alcançado superou todas as expectativas tanto que as pessoas que haviam adquirido os cartões pediam para que se fizessem mais promoções com pratos diferentes, saindo do tradicional churrasco. Foi uma promoção um tanto quanto tímida na visão dos organizadores, pois até então era algo inédito, mas deu um novo impulso e uma nova dinâmica à forma de vender votos para as candidatas. 

O valor arrecadado nesta promoção foi revertido em votos para a candidata Luana Lenhard, filha de Hélio e Delia, que foi coroada com rainha naquele ano.
A feijoada revolucionou a forma das famílias dos setores dos bairros que formam a paróquia ajudarem a sua candidata em busca do título. Os elogios foram tantos que nos anos posteriores novas ações foram incrementadas chegando-se ao patamar dos dias atuais.
Esta nova forma de angariar votos deu certo e hoje tem o aval dos Grupos Família que ampliaram as estratégias de atuação dos setores em favor de suas candidatas (DAL BOSCO, 2006).
Para envolver todas as famílias de forma participativa neste tipo de promoção, a paróquia está dividida em doze setores. No período em que as candidatas são lançadas se aglutinam em quatro e todos trabalham em torno da sua, diversificando as ações, no intuito de vê-la coroada como rainha da festa. As Senhoras que disponibilizam de tempo, e habilidosas na arte de panificação, com aval e ajuda dos maridos, fazem pães, cucas, bolachas, pés-de-moleque, bolos, pastéis, anholines, macarrão caseiro e dobradinha. Os produtos são vendidos no salão paroquial da igreja, em feiras promovidas pelos próprios setores e de porta em porta nas casas das famílias residentes no bairro. Além disso, cada candidata, juntamente com seu setor tem direito a uma promoção e um mati-baile com apoio do Conselho Paroquial de Administração e Economia.
Esses trabalhos generosos, dinâmicos e gratuitos das abnegadas famílias, e da venda de votos das candidatas, a cada ano que passa, superam as expectativas, angariando montantes expressivos que se somam ao lucro total da festa.