A festa popular da Paróquia São Cristóvão originou-se no próprio cotidiano vivido, relacionado às atividades econômicas desenvolvidas. “Estas festas entrelaçam traços culturais do passado herdado dos imigrantes e manifestações culturais do cotidiano na nova terra; entrelaçam elementos da cultura camponesa e da cultura urbana” (SCHREINER 1997, p. 30).

Desde os primórdios, a festa realizada pela comunidade foi muito animada e alegre. A simplicidade dos colonos e sua fé davam a festa um toque religioso de agradecimento a Deus pelos frutos colhidos da terra e por ter poupado o povo da fúria da natureza. Esta ideologia é bíblica e pode ser vista, entre outros, nos seguintes livros e citações: Nm 18,8-19; Ex 1,8; Ex 30,11-16; Dt 26,2-15; Rm 11,16; Jr 2,3; Mt 3,10-11; Sl 116,12 e Pr 3,9.

Por ocasião de qualquer evento festivo, o migrante memorava estas concepções por saber que o povo da bíblia compreendeu, desde os tempos antigos, a necessidade de ofertar algum bem como sinal de gratidão a Deus pelos bens recebidos e pelo dom da vida.

Sem querer interferir nos usos e costumes do povo que vinha à região em busca de dias melhores, os dirigentes da MARIPÁ, com medo da colonização tornar-se inviável, aglutinavam os colonos conforme o sistema de vida e região de onde eram oriundos. Esta dinâmica facilitou a adaptação do migrante à nova terra. Willy Barth procurava não misturar as etnias nem os adeptos de diferentes credos, no intuito de que todos vivessem pacificamente, com respeito mútuo e fossem solidários entre si, em especial com os novos moradores que se estabeleciam na localidade.

Esta homogeneidade, evidenciada pelos dirigentes da MARIPÁ, fez surgir vilas e comunidades com traços peculiares. Por exemplo: nas festas populares de colônias alemãs, além dos costumes gaúchos e pratos típicos, a animação feita por gaiteiros continha um repertório de músicas gauchescas e outras próprias da cultura alemã. O mesmo acontecia onde havia colônias de cultura italiana. Deste modo, percebe-se que a escolha destas etnias para colonizar o Oeste do Paraná propiciou, em especial a Toledo, uma formação cultural particular.
 Os costumes e o lazer dos pioneiros revelam um movimento de construção cultural a partir do trabalho. Segundo Schreiner (1997, p. 35), registra-se:

A igreja seja nas vilas da área rural ou na cidade, representa um desses espaços. Não raro, são as capelas da área rural que têm um salão para festas em seu pátio e nele funcionando um bar, quando não no próprio prédio da capela. Ao final da missa ou do culto, o bar se torna local de encontro para os homens, onde tomam bebidas alcoólicas e se divertem com jogo de cartas. As mulheres, em geral, limitam-se a entrar no bar para comprar doces ou refrigerantes. Este comportamento nos revela que, na cultura do campesino, ainda persiste certa resistência à presença das mulheres em alguns locais públicos. Enfim, são comuns, no espaço onde se encontram instaladas as igrejas, a realização de festas programadas pela comunidade local, que datam desde a construção da igreja na localidade.