São Cristóvão é alvo de muitas lendas. Uma delas diz que ele nasceu na Palestina, no século III. Filho do rei de Canaã recebeu o nome de Ofero e cresceu no meio pagão. Devido à sua vantajosa altura e força, entregou-se ao serviço militar e ao senhor que melhor o pagasse.

Na esperança de servir ao senhor mais poderoso do mundo serviu inúmeros reis, até a Satanás, mas ao ver que o demônio tremia à simples vista da cruz, passou a viajar em busca do Crucificado. Numa de suas viagens encontrou um eremita que lhe contou a história de Jesus. Ofero converteu-se, recebeu o batismo e decidiu devotar a vida ao transporte dos viajantes que necessitassem atravessar um rio caudaloso.

Certo dia, apresentou-se um menino pedindo-lhe que o transportasse para a outra margem do rio. No começo, o Menino pesava como uma palha nos seus ombros, mas à medida que ia avançando, o menino se tornava mais pesado, e Ofero estranhou aquele peso, comentando com ele: “parece que estou carregando o mundo inteiro”. Sorridente, o Menino explicou: “Você está carregando muito mais que o mundo inteiro. Você está transportando o Senhor do Mundo”.

Foi como um prêmio pelo serviço de caridade prestado. Só então Ofero reconheceu o pequeno viajante: era Jesus, que o mandou cravar na terra o cajado no qual se apoiava. No dia seguinte, o cajado tinha se transformado numa palmeira. Desde aquele dia, mudou seu nome para Cristóvão, que em grego é Cristóforo e significa “aquele que carrega Cristo”, Porta-Cristo.

Depois disso continuou fazendo o mesmo serviço, de graça, porém sempre falando para as pessoas transportadas o nome de Jesus Cristo. Por esse motivo, São Cristóvão é representado com uma criança no colo. E a criança, o Menino Jesus, com uma bola na mão, que representa o mundo.

Retirado do calendário litúrgico em 1969, São Cristóvão continua a ser venerado em todo o mundo como protetor dos viajantes e motoristas. No ano 450, o santo já recebia uma igreja em sua homenagem na Calcedônia. Teve culto litúrgico desde o século V, na Igreja do Oriente e de Roma.

Em todos os países da Europa, assim como no Brasil, existem igrejas dedicadas a este santo. Muitos conventos, paróquias e até irmandades trazem seu nome. Apesar dessa popularidade, pouco se sabe sobre a vida deste santo. Consta ter sido crucificado pelo Imperador Décio no ano 250 d.C.